top of page
logos_site_2.png

ASSENTADA PELA PALESTINA
EM FRENTE À REITORIA DA UP!

Boa tarde a todas, venho falar em nome da Habitação Hoje!

 

Por vezes ouve-se falar, em círculos reacionários, que a luta da Palestina não nos diz respeito. “Estamos em Portugal e temos lutas a fazer para os portugueses.” Pois, camaradas, afirmando o nosso princípio internacionalista e de solidariedade com a Palestina, vimos falar de uma conexão real entre a luta da classe trabalhadora por habitação no Porto e a luta do povo palestino por Libertação.

 

Todos nós já ouvimos falar do fenômeno da gentrificação. Por toda a cidade, fundos imobiliários, instituições financeiras de todo o tipo, nacionais ou internacionais, executam projetos milionários, despejam trabalhadores, abrem ALs, no fundo, alteram o tecido da nossa cidade não em conformidade com os interesses de quem cá vive e trabalha, mas mediante os interesses da acumulação da riqueza que nunca veremos.

 

WhatsApp Image 2024-05-13 at 21.03.58.jpeg
WhatsApp Image 2024-05-13 at 21.04.35.jpeg

Aqui, entre a gentrificação do Porto e a luta pela Libertação da Palestina há uma ligação muito forte a ser feita. Mas primeiro, um enquadramento histórico:

 

O sionismo como projeto colonizador remete, não coincidentemente, às práticas do colonialismo europeu em todo o mundo. Despossuir camponeses e comunidades indígenas, transforma-as em proletários excluídos de direitos enquanto forma uma democracia de colonos. Esse projeto tem sido uma das ferramentas principais de impor o imperialismo, o capitalismo monopolista, em todo mundo. Foi a expropriação do campesinato palestino e das suas terras que criou o capital sionista - cuja própria existencia fica dependente na continua remoção dos palestinos do seu território. Foi também a expropriação das suas casas que os tornou mais frágeis e vulneráveis, pois quando se despeja e destrói uma casa destrói-se também esse tecido social e uma memória coletiva de povo.

 

Desde os anos 20 que se iniciou uma migração em massa de colonos de várias nacionalidades para a Palestina quando era uma colónia britânica. Em 1948, quando os colonos já eram vários milhões, conquistam para si um estado colonial – o Estado de Israel.

 

Nenhuma colonização acontece sem um povo colonizado, e todo esse processo é marcado pelo contínuo genocídio do povo palestino. A criação desse estado foi um evento tão violento que incluiu a remoção, só em 1948, de quase um milhão de palestinos dos seus lares, um evento que para esse povo ficou conhecido como o Nakba, “tragédia” em árabe. Há muito dinheiro a ser feito com a destruição de um povo, da sua cultura, da sua forma de viva, das suas casas – o genocídio alimenta a máquina capitalista.

 

Mas aqui há um problema: as terras palestinas são limitadas enquanto a sede do capital é ilimitada; o capital exige mais sangue, mas o sangue começa a escassear. Infelizmente as terras palestinas ainda por colonizar tornam-se escassas, e o próprio genocidio em curso em Gaza é uma tentativa de anexação de um dos poucos territórios que sobram aos palestinos. Então, se o capital sionista nunca foi tão forte e tão capaz, enquanto as terras palestinas nunca foram tão poucas, qual a resposta natural da burguesia israelita? Não lhes chega explorar a Palestina, têm de entrar no negócio da exploração da classe trabalhadora mundial. 

 

E é precisamente aqui uma das ligações que se criam entre a luta na Palestina e a luta em Portugal e noutros países, não no sentido de queríamos nós traçar essa ligação, mas que ela existe de uma forma muito real: o capital sionista formado através do massacre está a vir para as nossas cidades gentrifica-las e despejar quem nelas vive. São investimentos na ordem das centenas de milhões de euros por parte de empresas como a Fortera, OSquared, Fatal, Taga Urbanic e Tamar Group, para hoteis, alojamentos locais, “habitação” de luxo - prédios inteiros onde nunca ninguém vai morar e servem apenas de moeda especulativa. Alguns dos quais inclusive envolvidos em escândalos de corrupção como foi o caso da operação Babel em Gaia em que foi detido o CEO da Fortera assim como o vice-presidente da câmara de Gaia.

 

Então, camaradas, temos de afirmar: não há luta pela libertação da palestina sem uma luta pela emancipação da classe trabalhadora em Portugal. Não há luta pela emancipação da nossa classe sem a completa, irresoluta, inabalável solidariedade com a luta do povo palestino contra o estado colonial que é o Estado de Israel.

 

Não deixaremos os colonos virem à nossa cidade lavarem o dinheiro que fazem a chacina de um povo. Vitória à Palestina, Morte ao estado de Israel.

JUNTA-TE À LUTA 

logos_site_2.png
bottom of page